
O
painel "Microcrédito no Brasil", com o relato de experiências de programas de crédito para pequenos empreendedores nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Bahia, foi apresentado na manhã desta quarta-feira (5), no Plenarinho do Parlamento gaúcho. A série Diálogos de Convergência, que integra o Programa Sociedade Convergente, promove desde a noite desta terça-feira (4) a discussão sobre os rumos do microcrédito no Rio Grande do Sul e em regiões que necessitam da inclusão creditícia aos seus empreendedores, sejam produtores urbanos ou rurais, formais ou informais, mas que necessitam, sobretudo, de acompanhamento produtivo em seus empreendimentos. Para relatar como funciona o microcrédito nesses Estados, compareceram o diretor de Operações da Caixa RS Agência de Fomento, Rogério Wallau; o gerente de Microcrédito da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc), Rodrigo Moriguti; o gerente de Microfinanças da Agência de Fomento do Estado da Bahia, Marcelo Mesquita e a gerente de Operações da Agência de Fomento do Paraná, Cristina Stephanes. Rio Grande do Sul A experiência com o microcrédito no RS foi apresentado pelo diretor de Operações da Caixa RS Agência de Fomento, Rogério Wallau. Segundo ele, a Caixa RS tem como principal objetivo preencher espaços do mercado bancário tradicional e apoiar oportunidades de implantação, modernização ou expansão de economias. “A Caixa RS trabalha com os setores público (municípios) e privado (micro, pequenas e grandes empresas) e tem como missão institucional promover o fomento econômico e social”, afirmou. Wallau frisou que todas as ações de fomento são calcadas em programas como a Armazenagem Certificada; APL Madeira; Fruticultura; RS Energia para investidores; Credimicro (créditos que variam de R$ 200 a R$ 10 mil) e Programa Faz Mais (créditos que variam de R$ 10 mil a R$ 200 mil). “Apoiamos todos os empreendimentos sejam micro, pequenos ou grandes de um mesmo segmento”, reiterou. Santa Catarina O programa de microcréditos da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina é coordenado pelo Badesc e atende 293 municípios através de postos avançados, subordinados às Oscips estrategicamente estabelecidas em 17 cidades catarinenses. Conforme Rodrigo Moriguti, o microcrédito catarinense é um programa que oferece pequenos empréstimos por meio de uma rede de 19 Oscips (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público), de maneira rápida e sem burocracia, para proprietários de pequenos negócios formais e informais que necessitem de recursos financeiros para promover o crescimento de seu microempreendimento. Moriguti igualmente enfatizou que o programa permite o acesso da população de baixa renda ao crédito não atendido pelo sistema financeiro nacional. “O grande diferencial deste programa é a metodologia, baseada no relacionamento direto do agente de crédito com o microempreendedor no local da sua atividade”. disse. Bahia O gerente de Microfinanças da Agência de Fomento da Bahia (Desenbahia), Marcelo Mesquita, afirmou que o Estado começou a desenvolver um programa experimental de microcrédito em 2002. Segundo ele, a idéia foi levar esse sistema de crédito a autônomos e pequenos empresários que estivessem na informalidade e sem acesso ao sistema financeiro tradicional. "Pelas características geográficas da Bahia, com um grande número de municípios distantes da capital, levamos o microcrédito aos pequenos comerciantes do interior do Estado", contou. Mesquita explicou que o programa atuou em duas vertentes desde seu início: "Primeiro fizemos uma operação direta com o empreendedor, em parcerias com prefeituras e secretarias municipais, e depois financiamos instituições de microcréditos (Oscips) que financiam pequenos empreendedores", relatou. Após cinco anos de vigência, a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), atende 152 municípios e já realizou em torno de R$ 55 milhões em operações. Paraná A diretora de Operações da Agência de Fomento do Paraná, Cristina Stephanes, disse que a instituição oferece diversos tipos de microcrédito direcionados aos agricultores e pequenas empresas. Ela relatou que a agência trabalha com o chamado Primeiro Piso, ou seja, oferece empréstimos diretamente ao tomador final (o microempreendedor como, por exemplo, a doceira, a costureira, o pequeno agricultor). Ela destacou o Programa Trator Solidário do governo estadual, que tem como meta financiar em quatro anos 4 mil tratores aos produtores beneficiados com o Pronaf nas classes C, D e E. TardeO debate continua à tarde com o painel "Instituições, microcrédito e microfinanças no RS" e com a apresentação de propostas e encaminhamentos. A partir das 14h30, no Plenarinho da Assembléia Legislativa, 3º andar. Abertura dos debatesNa abertura do evento, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira (PMDB), ressaltou que o microcrédito representa um dos fatores para a inclusão da sociedade no mercado de investimentos. " O novo empreendedor precisa saber se o mercado é viável, se tem capacidade profissional e gerencial. Se ele não tiver esses pressupostos, o crédito será um empurrão para o endividamento", alertou. O presidente defendeu políticas públicas estadual que viabilizem microcréditos para o pequeno empreendedor. Além disso, Alceu Moreira destacou a necessidade do pequeno empreendedor ter orientações qualificadas e o acompanhamento do negócio por agentes de microcrédito. O diretor do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, João Gilberto Lucas Coelho, concorda com a opinião do presidente da AL, ao afirmar que os microcréditos são financiamentos fundamentais para a inclusão social de pequenos empreeendedores. "Desta forma, uma costureira poderá conseguir créditos para realizar o sonho da compra de novos equipamentos", exemplificou. Por Daniela Bordinhão - MTB 8245 Agência de Notícias 14:06 - 05/11/2008 Edição: Sheyla Scardoelli - MTB 6727 Foto: Marco Couto / Ag. AL
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