Cai o número de contratos fechados no Banco do Povo
Jornal da Cidade - 10/09/08
por Gabriel Ottoboni
O comerciante Amaro Ribeiro, 45 anos, fechou recentemente seu segundo contrato de empréstimo na unidade do Banco do Povo Paulista (BPP) de Bauru. Em maio, obteve crédito de R$ 7.500,00 para fazer a compra de equipamentos e ferramentas para impulsionar os serviços de recuperação de peças usadas para automóveis. "O negócio vai de vento em popa", admite. O principal atrativo, segundo ele, foram as condições de pagamento oferecidas. "Se tiver que fazer outro empréstimo, eu faço." Ele terá 36 meses para pagar.
O contrato fechado por Ribeiro é um dos 27 realizados pela instituição no primeiro semestre deste ano na cidade, cujo valor total alcançou R$ 102.461,85. Inferior, no entanto, aos 36 concretizados no mesmo período do ano passado: foram 78, totalizando R$ 259.288,71. "A queda vem sendo progressiva", afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Walace Sampaio, ao comentar o desempenho do setor.
Para ele, a simplificação do crédito, com restrição a fiador e a exigência para que o fiador e o tomador do dinheiro não tenham inscrição nos serviços de proteção ao crédito, são empecilhos para o fechamento de novos contratos. "Essas exigências praticamente inviabilizam o crédito para o pequeno tomador", admite.
Com o programa denominado Super Simples, a secretaria entende que a retirada da exigência de fiador e a liberação de até 30% do recurso financiado para liquidar eventuais restrições aumentem a possibilidade de novos negócios. "Se medidas como essa não forem tomadas, continuaremos nesse círculo vicioso de não conseguir atender a demanda que temos", avisa.
Exigências
Para chegar às razões que levam o interessado a desistir do pedido de crédito, a secretaria realizou levantamento estatístico com as pessoas que procuram o Banco do Povo. As exigências foram enviadas à Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) e sua aprovação depende do governo do Estado. Não há prazo para a resposta.
Em relação ao perfil do tomador de crédito, de cada grupo de dez pessoas, seis são homens e quatro mulheres. A faixa etária dos interessados está entre 31 e 40 anos (quatro tomadores de crédito), 41 a 50 (quatro) e 51 a 60 (dois). O grau de instrução de metade desse contingente contempla o ensino médio completo. Seis são autônomos e quatro, pessoas jurídicas. Metade dos tomadores realiza o empréstimo pela segunda vez.
Na maioria das vezes, o dinheiro é utilizado para a compra de equipamentos, móveis e ferramentas para agregar valor ao empreendimento, ou ainda na compra de material de construção para reforma ou ampliação do local do negócio. Ocorre ainda a compra de mercadorias para reposição de estoque ou realização de giro. Para contratos com mais de 60 dias de atraso, o índice de inadimplência é de 4,27%.
Metas
O Banco do Povo Paulista foi regulamentado em 3 de julho de 1998 por meio do Decreto 43.283. Atualmente, 435 municípios são atendidos pelo programa, abrangendo 89% da população do Estado. Em 2007 foram realizadas 21,3 mil operações de crédito, com R$ 72 milhões em empréstimos. A média dos valores dos empréstimos no ano passado foi de R$ 3.420,00.
Desde o início deste ano foram assinados mais de 12,1 mil contratos e emprestados R$ 45 milhões no Estado. Desde sua criação, a instituição realizou 168 mil operações e emprestou cerca de R$ 498 milhões.
Com o objetivo de promover a geração de emprego e renda no Estado, o Banco do Povo concede empréstimos a pequenos empreendedores (formais ou informais) como costureiras, jardineiros, eletricistas, artesãos, sapateiros, cabeleireiras, cooperativas e associações.
As novas metas são: ser a porta de entrada para a formalização dos microempreendedores individuais, reduzir a inadimplência e emprestar mais R$ 500 milhões até 2013, ou seja, conceder nos próximos cinco anos o mesmo valor disponibilizado desde o início das atividades, há dez anos.
Parceria
Uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Prefeitura de Bauru pretende tornar mais claro o acesso ao crédito no Banco do Povo Paulista. Ainda em fase de negociação, prevê que todas as pessoas que passarem pela instituição sejam direcionadas ao Sebrae. "Queremos atrelar o empréstimo aos nossos cursos", afirma o gerente do escritório regional do órgão em Bauru, Milton Debiasi.
Mesmo com o baixo índice de inadimplência, Debiasi orienta os tomadores de crédito a analisar sua capacidade de pagamento e verificar possíveis erros no fluxo de caixa.
O contrato fechado por Ribeiro é um dos 27 realizados pela instituição no primeiro semestre deste ano na cidade, cujo valor total alcançou R$ 102.461,85. Inferior, no entanto, aos 36 concretizados no mesmo período do ano passado: foram 78, totalizando R$ 259.288,71. "A queda vem sendo progressiva", afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Walace Sampaio, ao comentar o desempenho do setor.
Para ele, a simplificação do crédito, com restrição a fiador e a exigência para que o fiador e o tomador do dinheiro não tenham inscrição nos serviços de proteção ao crédito, são empecilhos para o fechamento de novos contratos. "Essas exigências praticamente inviabilizam o crédito para o pequeno tomador", admite.
Com o programa denominado Super Simples, a secretaria entende que a retirada da exigência de fiador e a liberação de até 30% do recurso financiado para liquidar eventuais restrições aumentem a possibilidade de novos negócios. "Se medidas como essa não forem tomadas, continuaremos nesse círculo vicioso de não conseguir atender a demanda que temos", avisa.
Exigências
Para chegar às razões que levam o interessado a desistir do pedido de crédito, a secretaria realizou levantamento estatístico com as pessoas que procuram o Banco do Povo. As exigências foram enviadas à Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) e sua aprovação depende do governo do Estado. Não há prazo para a resposta.
Em relação ao perfil do tomador de crédito, de cada grupo de dez pessoas, seis são homens e quatro mulheres. A faixa etária dos interessados está entre 31 e 40 anos (quatro tomadores de crédito), 41 a 50 (quatro) e 51 a 60 (dois). O grau de instrução de metade desse contingente contempla o ensino médio completo. Seis são autônomos e quatro, pessoas jurídicas. Metade dos tomadores realiza o empréstimo pela segunda vez.
Na maioria das vezes, o dinheiro é utilizado para a compra de equipamentos, móveis e ferramentas para agregar valor ao empreendimento, ou ainda na compra de material de construção para reforma ou ampliação do local do negócio. Ocorre ainda a compra de mercadorias para reposição de estoque ou realização de giro. Para contratos com mais de 60 dias de atraso, o índice de inadimplência é de 4,27%.
Metas
O Banco do Povo Paulista foi regulamentado em 3 de julho de 1998 por meio do Decreto 43.283. Atualmente, 435 municípios são atendidos pelo programa, abrangendo 89% da população do Estado. Em 2007 foram realizadas 21,3 mil operações de crédito, com R$ 72 milhões em empréstimos. A média dos valores dos empréstimos no ano passado foi de R$ 3.420,00.
Desde o início deste ano foram assinados mais de 12,1 mil contratos e emprestados R$ 45 milhões no Estado. Desde sua criação, a instituição realizou 168 mil operações e emprestou cerca de R$ 498 milhões.
Com o objetivo de promover a geração de emprego e renda no Estado, o Banco do Povo concede empréstimos a pequenos empreendedores (formais ou informais) como costureiras, jardineiros, eletricistas, artesãos, sapateiros, cabeleireiras, cooperativas e associações.
As novas metas são: ser a porta de entrada para a formalização dos microempreendedores individuais, reduzir a inadimplência e emprestar mais R$ 500 milhões até 2013, ou seja, conceder nos próximos cinco anos o mesmo valor disponibilizado desde o início das atividades, há dez anos.
Parceria
Uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Prefeitura de Bauru pretende tornar mais claro o acesso ao crédito no Banco do Povo Paulista. Ainda em fase de negociação, prevê que todas as pessoas que passarem pela instituição sejam direcionadas ao Sebrae. "Queremos atrelar o empréstimo aos nossos cursos", afirma o gerente do escritório regional do órgão em Bauru, Milton Debiasi.
Mesmo com o baixo índice de inadimplência, Debiasi orienta os tomadores de crédito a analisar sua capacidade de pagamento e verificar possíveis erros no fluxo de caixa.
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